Tu, tu, tu, minha incessante
primavera profunda
meu rio de verdor
agudo e aventura!
Tu, janela ao diáfano:
desenlace de aurora,
modelação do dia:
meio-dia em sua rosa,
tranquilidade de lume:
sesta do horizonte,
lumes em luta e coro:
poente contra noite,
constelação do campo,
fabulosa, precisa,
trêmula formosamente,
universal e minha!
Tu mais ainda: tu como
tu, sem palavras toda
singular, desnudez
única, tu, apenas!
Jorge Guillén
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