A Gonzalo Ariza
Gualanday tem a água que sobe a escada
da palmeira e em cega frescura nusical
-coração dos cocos – palpita na fonteira
da nuvem e da estrela compulso de cristal.
Tem o suco redondo do sol que a primeira
fruta dá, na bandeja branca do laranjal
e a cana de açúcar onde está prisioneira
a doçura qual uma donzela vegetal.
Há uma menina. Leva a ameixa sorridente
do beijo e vai mordendo a terra quente
numa nêspera. O ar, tepidamente, a encrespar
a verde brisa enfribrada de bambuzal se detém;
e é uma égua jovem a manhã que vem
com as crinas de sol ao vento e ao palmar.
Eduardo Carranza
In: Antologia Poética
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