Repousa
            a fronte, meu amor,
Humana
            em meu braço descrente;
Que
            o tempo e as febres crestem, varram
Toda
            a beleza individual
Das
            crianças ora pensativas,
Porquanto
            o túmulo revela
O
            quanto a criança é passageira:
Mas
            que em meus braços se demore,
Até
            que o dia se renove,
Quieta,
            a vivente criatura –
Mortal,
            culpada, mas para mim
Tão
            bela, inteiramente bela.
Não
            têm amarras alma e corpo:
Aos
            amantes, quando se deitam
No
            seu indulgente e encantado
Declive,
            absortos no langor
Costumeiro,
            grave é a visão
Que
            Vênus do alto lhes envia
De
            sobre-humana simpatia,
E
            de esperança e de um amor
Universal,
            enquanto, abstrata,
Uma
            interior visão desperta
Em
            meio aos gelos e aos rochedos
Do
            eremita a carnal euforia.
Como
            de um sino as vibrações
Quando
            ressoa a meia-noite,
Fidelidade
            e segurança
No
            vento passam, e, pedantes,
Os
            desvairados do momento
Lançam
            seu grito aborrecido:
Que
            do preço todo o montante,
Tal
            como, tristes, o preveem
Todas
            as cartas do baralho,
Seja
            pago; mas desta noite
Nenhum
            suspiro, pensamento,
Beijo
            ou olhar seja perdido.
Beleza,
            noite, visão morrem:
Que
            os ventos da manhã, soprando
Suaves
            em torno ao teu sonhar,
Mostrem,
            que ao olho e ao coração
Venha
            trazer a sua bênção,
Um
            dia de amplo acolhimento,
E
            nos baste o mundo mortal:
E
            te encontrem as tardes secas
Pelas
            forças involuntárias
Nutrido;
            e que as noites de insulto
Te
            deixem ir sob os cuidados
De
            cada humano sentimento.
 
            W. H. Auden, 
Tradução Renato Suttana
Tradução Renato Suttana
 
 
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