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quarta-feira, 28 de agosto de 2013
''PERDIMENTO''
Sonâmbulo tateio entre bosque e barranco,
há um halo de magia aceso ao meu redor;
sem reparar se sou bem aceito ou maldito,
sigo à risca o meu próprio mandato interior.
Quantas vezes veio chamar-me a realidade
em que vós existis, para me comandar!
Dentro dela eu ficava assustado e sem forças,
e logo descobria um jeito de escapar.
Ao meu país ardente, do qual me privais,
ao meu sonho de amor, do qual me sacudis,
como as águas retornam sempre para o mar
também meu ser retorna usando mil ardis.
Amigas fontes guiam-me com seu cantar,
aves de sonho as plumas de luz a ruflar:
de novo faz-se ouvir o som da minha infância
- em áurea rede, ao doce zumbir das abelhas,
junto de minha mãe volto enfim a me achar.
Hermann Hesse
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