Seja bem-vindo. Hoje é

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

'TEMPO DE ESQUECER'

Sabes que sou como um rio abandonado
no sedento leito do esquecimento,
e a tua vã lembrança tão unido
como a água ao seu céu refletido;


Sabes que sou como o tempo desfolhado
na mão final do que foi perdido
e, como um horizonte proibido,
me envolves o sonho vigilante;


Sabes que sou como o ar, destinado
ao vôo de tuas aves, som ferido
surdidor rouxinol e enamorado:


Sobre este coração crepuscular
e por turvas marés assaltado,
tornas-te nuvem voando para o esquecimento.


Eduardo Carranza
In: Antologia Poética

Nenhum comentário:

Postar um comentário